Relato de Parto – Skeffamily

O nascimento da sementinha Kalil

26/02/2018

Últimos detalhes da preparação.

Colocamos o carro para higienização total do interior, mamãe foi pro salão fazer a sobrancelha (pelamordeDeus) e a noite tivemos nosso último encontro do chá de parto da Nascentia sobre o tema puerpério, que era uma questão importante pra gente.. já que a mamãe tem muita dificuldade em pedir ajuda e “se achava” a autossuficiente.

Saindo do salão, falou: “agora pode vir baby Skeff” kkkkk 😂 E veio.

27/02/2018

39 semanas +1

4:00

Acordei com uma contração diferente. Apesar de ainda indolor, foi bem forte e senti um puxo na vagina. Tinha certeza que era a bolsa. Esperei a contração passar, rolei para fora da cama e lá estava: o líquido quentinho e transparente escorreu pelas pernas. Acordei Murad e informei: “Papai, a bolsa estourou. Estou a caminho”. Pedi ajuda para não escorregar até o banheiro e tomei um primeiro banho. Informei a equipe de assistência e minha enfermeira pediu então que monitorássemos as contrações na próxima hora.

06:50

Logo após o combinado com a enfermeira e o banho, as contrações intensificaram e passaram pra um intervalo de 3 min ritmados. Nem acreditei, mas achei que estava longe ainda e só tentava relaxar. Difícil, já que as avós começaram a perturbar para irmos para a Maternidade logo… que não podíamos ter o bebê na chácara (moramos em área rural) kkkk. Informamos à equipe de coleta do cordão, dos registros foto/vídeo, da coleta da placenta e a torcida do flamengo. Por fim, decidimos ir porque algo me dizia que o ritmo e intervalo das contrações estavam demonstrando que já estava na fase ativa, apesar de pouca dor. E tínhamos um longo caminho pela frente. O que não havíamos calculado antes: o trânsito do horário de pico na ponte JK. E, pra adicionar mais emoção, um acidente. A dificuldade de passar pela estrada de chão foi confirmada, mas o desespero do trânsito foi pior. Papai Skeff pegou o acostamento/faixa exclusiva, tudo o que precisou tentando se manter pleno. Eu, passava ali pelas contrações mais intensas (aquelas que eu adoraria estar imersa na banheira quentinha). Fazer o quê?! Quando estávamos próximos à Maternidade, no Eixo Monumental, pensei achei que teria o bebê no carro, pois logo reconheci a tal vontade de fazer cocô e desejo de ficar de cócoras… sentada estava péssimo num carro que me parecia uma lata de sardinha a essa altura.

8:00

Eu acabava de entrar na triagem da Maternidade Brasília. Minha obstetra vindo de Águas Claras num trânsito pior que o meu 🚗⏳ e a enfermeira também no mesmo trânsito que nós havíamos pego. Acionaram a backup, que morava pertinho da maternidade e ela chegou em poucos minutos. Para nossa surpresa, eu já estava com 10cm de dilatação. 😱 Ela falou: Já vai nascer. É só expulsivo agora. Lado bom: passei pelas piores contrações dentro do carro acreditando que não eram as piores ainda. Rs. Acreditava que estaria com uns 6 ou 7cm. 🙄 Lado ruim: Me iludi com um expulsivo rápido devido ao excelente desempenho na fisioterapia pélvica. ahahaha. Continue para saber…

8:30

Já estava na sala de parto humanizado e o plano de usar a banheira foi pelo ralo. Como iríamos coletar cordão e células tronco, eu já sabia que meu expulsivo não poderia ser na água. Fomos direto para a banqueta… ficamos ali um tempo, o baby desceu um pouco, mas apesar de ser a posição preferida na fisio, os puxos não estavam tão efetivos. Nessa hora eu já estava assistida pelas duas doutoras queridas da Nascentia (Dra. Carolina Amorim e Dra. Patrícia Carvalho) e minha E.O. Sheyla Daiana, que iniciou um papel adicional de fotografia, já que a equipe dos registro ainda não tinha chegado. Elas sugeriram a posição de ladinho segurando a perna alta. Fomos para a cama e assim fizemos mais alguma evolução, no entanto pequena. Fomos para quatro apoios e mais uma pequena evolução. Confesso que me achava mais preparada para o expulsivo do que a fase ativa de contrações, mas estava tendo muita dificuldade. Sabia que não estava concentrada suficiente… o ambiente hospitalar me atrapalhou bastante. Eu escutava minhas vizinhas com gritos de dor/desespero enquanto eu tentava me concentrar na respiração, mas pensava: meu Deus, ainda não chegou o pior. Tentei aplicar a técnica do hipnoparto que fiz com a Lissandra (Nascentia), que num resumo sem vergonha consiste (dentre outras muitas coisas) visualizar uma bolha de proteção para que fatores externos ou imaginários não atrapalhem sua concentração e, consequentemente, os hormônios adequados para o parto. Mas não consegui, infelizmente. Comicamente, ou não, me vi procurando minha bolha e ela não chegou até mim. 😰💔 Aqui meu t.p. desestabilizou um pouco na minha interpretação (mesmo hoje, relendo), o psicológico começou a atrapalhar e me peguei com medo de não dar conta, de não ter passagem, de meu bebê entrar em sofrimento. Ou seja, todas aquelas “verdades” que nos contam na gestação.

Pensei isso porque nos exercícios pélvicos, eu era uma senhora paridora de epi-no. rs. Fazia tão bem tão consciente e rápido… e não entendia porque estava demorando tanto o expulsivo. 

[hoje entendo que, além de ter faltado mais informações sobre essa fase do t.p., meu bebê também nasceu numa posição rara, que favoreceu essa demora]

Minha ocitocina baixou e minha adrenalina veio à tona, mas meu instinto de sobrevivência não era nem por mim, era pelo baby. Apesar de toda a minha preparação mental, me vi fragilizada, perguntando a cada contração de expulsivo se estava tudo bem com meu bebê.

Hora: Pergunta pra Deus porque eu já estava na partolândia, que deve ficar na vizinhança.

A equipe e meu esposo me rasgavam elogios dizendo que eu estava indo muito bem, mas eu não conseguia acreditar. Sabia que tinha me preparado, e sempre sempre me vi parindo com tranquilidade e serenidade. Me considero muito tolerante à dor, e realmente não foi a dor que me atrapalhou, foi a cabeça. Mas continuamos, elas confirmavam e monitoravam os sinais vitais do baby Skeff e me diziam pra continuar. Eu realmente estava me sentindo sem forças físicas nessa hora. Devido à correria e rápida evolução das fases de parto, não consegui comer quase nada que me desse a energia que eu precisava nesse momento. Por isso, chegamos à posição final (aquela que jamais me visualizei parindo): litotomia, deitada com as pernas no apoio. A Dra. Carolina sugeriu a ocitocina sintética pois minhas contrações estavam fracas como eu, não favorecendo a saída do bebê. Apesar de ter planejado zero intervenções, permiti. Entendi que era o melhor para o meu bebê e só pensava nele. Mas foi só isso, mantive a negativa para analgesia. Eu queria sentir tudooo (alokamasoquista). E meu círculo de fogo durou uma eternidade. Foram pelo menos 5 puxos com ele já coroado.

E muuuita participação do meu marido lindo e fofo (veterinário de reprodução animal motivando a pequena dele a parir com esse instinto animal, que é preciso ter). Ele me lembrava de respirar, segurava meu tronco e me motivava com suas palavras. Parimos juntos. Ele fez muito por esse expulsivo. E chegou o tão sonhado momento de conhecer nosso baby, e descobrir se era o Kalil ou a Mia nosso(a) primogênito(a). 👶🏻💚 Era ele, o tão desejado Kalil, que recebe o nome do seu querido falecido avô paterno em homenagem à tradição da família (árabe) do meu esposo, que transfere sempre o nome do avô aos primogênitos dos primogênitos dos primogênitos (machos). Rs. Meu bebê, meu sonho de vida e maior realização do mundo agora repousava sereno em meu colo. Nasceu às 11h04, depois de mais de 2 horas só de expulsivo. Tive laceração grau 1. Mas ele veio pra me dar mais força e querer sim continuar parindo.. amei a experiência. Certa de que o próximo seguirei com o parto domiciliar, que sempre foi meu sonho. Quem puder viver essa experiência, entregue-se de coração e não se arrependerá. Que venham os próximos para compor nossa Skeffamily.

Apesar de todos os sutiãs e camisolas bonitinhos de amamentação na mala, meu look final é tetas livres e calcinha “super sexy” absorvente… 😂 Não vai ter fotinha.

Total: 4 horas de trabalho de parto (entre latente e nascimento) / 7 horas de bolsa rota

Mãe: Amanda Silveira Skeff

Pai: Murad Skeff

Baby Surpresa (sementinha): Kalil Silveira Skeff

27/02/2019 – 11h04

3.240kg – 48cm

Parto Fisiológico

Equipe de Assistência: Nascentia – Dra. Patrícia Carvalho, Dra. Carolina Amorim, Enfa. Sheyla Daiana

Equipe de Vídeo: Parto Com Arte

Equipe de Fotografia: Flor de Lis Fotografia

Coleta das Células Tronco: CordCell

Equipe Medicina da Placenta: